'O ser de ter
é o querer ser
e não querer'
- NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOO!!!!!!
- NÃAÃÃÃÃÃÃAOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!
Gritava! Brandava! Corriam-lhe as últimas lágrimas duma vida seca. Abriam-se fendas que nada mais poderia fechar. Nada?Ninguém!
- Só quero o meu filho! O MEU FIIIIIIILHO!!!
E em segundos, num espaço sem tempo, a matéria diluiu-se em vazio. Em nada. E a esperança tornou-se o gigante que tudo poderia concretizar. Se quizesse?
- Eu abro mão de tudo meu Deus. Dá-me o meu filho? Salva-o? Eu dou tudo o que tenho. Eu ajudarei os outros. Mas O MEU FIIIILHO!!! DEUUUUUSSSS!!!
Em volta, as pessoas olhavam um homem estranho. Louco decerto. Possivelmente até, um homicida, não fosse ele ser estrangeiro na sua aparência. E nos tempos que correm, seria, muito naturalmente um terrorista. Aqueles polícias ali à volta, lá estariam por algum motivo! E aqueles gritos de horror... Arrependimento de certezinha absoluta!
Ah, mentes pequenas. Xenofobia atroz.
Entretanto as sirenes chegavam, o mundo todo buzinava. Em momentos, toda aquela rua era vermelha e azul. Todo o movimento se dava ao passo de compassos agudos. Sirenes, essas sim do horror? E contudo, a réstia, a esperança de salvação.
No chão o vermelho - fogo, tiro, queda - escurecia. Em seu lugar aparecia o negro.
A loucura espreitava o seu momento para aparecer em palco. Que excitação! O seu instinto dava-lhe certezas que nenhuma probabilidade àquele pai podia oferecer.
O vazio completo passou por aqueles momentos de espera. A batina branca? ou verde?!... que o diga a loucura, ela saberá seguramente!, trouxe a notícia esperada.
(?)
Na paz dos últimos dias, o suicídio chegou. Não como necessidade! Antes, como... naturalidade.