sexta-feira, setembro 09, 2005

Roda António

Roda que mordes essa outra no cú
Num movimento tecnofágico
Persistente e repetido

Fazes soltar um gemido
No operário, antes mágico,
Quase já tão maquinal quanto tu.

E a magia se derrama, espalha e perde
Em mil pedaços que ele não consegue reunir
E só resta em ti essa sede
De infância. De embrião. De dormir.

Inútil

Sinto em mim a futilidade
O desinteresse, a passividade e a frieza
Sinónimos claros de um só fim
Um corpo que segue para longe de mim

A masturbação Mental do Eterno Insatisfeito

Preciso de um não-sei-quê de não-sei-quanto, não sei que mais,
Duma daquelas maneiras tais,
Para poder, por fim, dizer que estou bem; e que
Não preciso de mais sei-lá-o-quê que, sei eu,
Irei, na mesma, sempre buscar
Como se nada existisse já em seu lugar.

Querer Mais Do Tal Não-Querer

Quero acabar tudo contigo!!!
Quero a separação!

Quero a independência
Quero a satisfação!

Quero a diferença

Quero o amor
Quero o reconhecimento
Quero o entendimento
Quero a confiança

Mas... Quero também...

Quero o sorriso
Quero aquele amanhecer
Quero esse toque e esse beijo
Quero... Esta dependência

Quero... Quero...
Quero que me perdoes...

Quero que, por piedade que seja,
Me aceites de novo. Que esqueças que sequer...

Ainda que nunca me tenhas deixado