sexta-feira, julho 27, 2007

DesAgosto Que Me Mostras

Desejo para mim, como nunca antes desejara
Confundir-me com as imagens do prosaico,
Diluir-me na transparência,
Prática, morta dos objectos sem uso

Evito sequer ser pó, que atraia qualquer olhar
Qualquer desejo de mudança.
Atrai-me o escuro da sombra,
O canto esquecido do sol, a transparência do natural

Os múltiplos sons do silêncio
O latejar do pensamento...
Que magoa e fere no estender dos dias
Sem fim,

Sem diferença. Resto ser igual...
Nem assim encontrar suficiente semelhança
Que me permita ser esquecido
Como sou pelo ideal

sexta-feira, julho 13, 2007

Hipnose da Descoberta

Alongou-se, na despedida, numa conversa quente
Apanhado de surpresa quando os seus olhos lhe gritaram: Acha-me!

Descansando-os fascinadamente sobre si
Demorou o seu olhar
Tanto quanto os limite do aceitável permitiram

Por dentro, um turbilhão - misto de ansiedade e agitação -
Faziam gaguejar e tiravam o sentido a palavras
Antes macias, deslizantes, arrebatadoras…

Sentia em si a infância
A frescura num olhar
Já tão cansado e cheio de tudo

Em redor vislumbravam-se, cada vez mais ténues,
Ecos e sombras.
Contra-luz, contra-voz…

Contra o desejável,
Hipnotizante,
Epicentro de um novo mundo