sexta-feira, maio 11, 2012

As únicas vagas que nos restam

Hoje preencho o vazio com formas arredondadas e, outras, retilíneas que não dizem nada, senão o que nelas se quiser ler. O tempo que está para vir, como tantas vezes já aconteceu, assemelha-se a uma grande onda da qual, estando nós no mar, sabemos não poder fugir, restando-nos baixar a cabeça, quando for tempo disso, e ficar a assistir ao completo processo de submissão e transformação do Eu em eu, enquanto nos vemos enrolados naquele turbilhão que se ri dos movimentos desesperançados e inúteis que fazemos (movimentos que nos pré-existem e que nem nossos são), enquanto esperamos que tudo passe, enquanto os sons não são mais do que sons e os movimentos inevitabilidades, enquanto tentamos, enquanto... Resigno-me, por fim. No meio do turbilhão, entre movimentos e rodopios, nem tudo será mau decerto, nunca é... A não ser, talvez, quando o ar, cada vez menos ar e cada vez mais ir, se vai e vai e, entretanto, o vem não vem e... Ufff. O dia virá em que não virá mais. E até lá, o que fazer? Ondas gigantes? À vista? Fugir?!!!! Venham elas... Enfim.

sábado, janeiro 21, 2012

A incompreensão...

Estrada sem linhas, sem regras, sem sinais
Um carro sem luzes num trânsito breu
Ceticismos frustracIonais. Mentais. Fatais.

Lava escondida numa terra sem piso,
Sem esperança, sem juízo
Sem solução

Devir ilegítimo que apreende somente a insatisfação
A teimosia sem razão
O não, o não, o não

Irracionalidade,
Pulsão
Obsessão

E, inevitavelmente, a solidão
Acompanhada do perpétuo adiamento
Da satisfação