sexta-feira, maio 11, 2012
As únicas vagas que nos restam
Hoje preencho o vazio com formas arredondadas e, outras, retilíneas que não dizem nada, senão o que nelas se quiser ler.
O tempo que está para vir, como tantas vezes já aconteceu, assemelha-se a uma grande onda da qual, estando nós no mar, sabemos não poder fugir, restando-nos baixar a cabeça, quando for tempo disso, e ficar a assistir ao completo processo de submissão e transformação do Eu em eu, enquanto nos vemos enrolados naquele turbilhão que se ri dos movimentos desesperançados e inúteis que fazemos (movimentos que nos pré-existem e que nem nossos são), enquanto esperamos que tudo passe, enquanto os sons não são mais do que sons e os movimentos inevitabilidades, enquanto tentamos, enquanto...
Resigno-me, por fim.
No meio do turbilhão, entre movimentos e rodopios, nem tudo será mau decerto, nunca é... A não ser, talvez, quando o ar, cada vez menos ar e cada vez mais ir, se vai e vai e, entretanto, o vem não vem e... Ufff.
O dia virá em que não virá mais.
E até lá, o que fazer?
Ondas gigantes?
À vista?
Fugir?!!!!
Venham elas... Enfim.
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