domingo, janeiro 23, 2005

Próxima e Infinitamente Distante

Eu amo alguém
Que foge
Da Saudade que corre
Dentro de mim

Um sentimento agudo de dor,
De querer,
De desejo,
De vazio.

Alguém fugidio.
Alguém como eu…

Ninguém

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Frio Racional do Amor

Passo ao lado desse rio
Afluente do teu olhar
E choro a água nesse frio,
Frio de rio. Frio de te amar

Alienado

Foi certo aquilo que disse,
Foi-o sim para mim.
Ainda que fosse apenas mito,
Ainda que não visse em si um fim,
Ainda que o não tenha dito…

Foi certo aquilo que disse

Espelho Quebrado, Escurecido

Completo, Complexo, estação final de nossas vidas
Esgotadas que estão as folhas que flutuam
Rasgos de saudade, receios, lágrimas perdidas
Das nossas vidas, nossas queridas vidas

Mais um sol, mais vozes, mais sonhos que nos inundam
Lavam a alma naquele vai e vem fugidio
Sem lamentos, porém, que remoam e doam
Às nossas vidas, nossas queridas vidas

Solta um grito, solta a palpitação. Rasgam o frio,
Memórias num sorriso fechado, de um corpo parado,
E uma mente electrizante nos sucessos de outrora. E rio
Das nossas vidas, nossas queridas vidas

Um quarto enfezado para nascer, apodrecer, morrer. O fado…
Uma neblina a quem revelo os meus segredos
Uma ponte para o vazio para onde nado
E dou fim à vida, às nossas queridas vidas

Movimento

Um movimento só,
Acompanhado de um maior desejo de se movimentar,
Sonha, imagina, quer
E chega a qualquer lugar

Um movimento só
Capaz de, recorrendo a si,
Estar aqui, estar aí, estar ali, estar acolá

Um movimento só,
Ainda que para sempre parado,
Faz o mundo existir
E dá-me paz para dormir