terça-feira, novembro 04, 2003

Existência? Aqui? Ali? Onde? Qual?

Eu sou uma personagem de papel.
Não a que vês mas a que lês.
Não sou pessoa. Só personagem.
Sou o que te faz rir, chorar, viver,
Aqui!
Porque eu não sou assim; nem assado,
Não sou nada. Sou tudo!
Tudo o que não vês,
Tudo o que não imaginas,
Sou o espontâneo, o natural, a matéria,
O que, simplesmente, não existe.
A palavra tudo diz (mas nada é).
Sem ela o tempo passa e nada resta. Nada fica.
Mas eu nem na palavra caibo.
Eu simplesmente não sou. Não serei! Nunca!
Nem aqui. Nem fora daqui onde sou... o normal...
Normal é ser cinzento
Que se mistura no resto,
Que faz parte dele, está nele
E, quase sempre,
É ele.

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